PARÓQUIA
SÃO SEBASTIÃO

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Missa de Sábado, Liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum, na Matriz de São Sebastião: “Deus cuidou da vinha! Deus a amparou. Deus cultivou as melhores mudas, das melhores plantas”

A Missa de sábado, liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum, na Matriz de São Sebastião, em 3 de outubro, foi presidida pelo padre Ozanan Carrara (SVD). Na meditação ao Evangelho, padre Ozanan explicou o sentido teológico da Parábola dos Vinhateiros.

 

- As leituras bíblicas de hoje enfocam a vinha. Ela é o símbolo de Israel. É o povo para o qual Deus revelou o seu projeto. Deus quis construir um relacionamento muito próximo com o povo. A imagem é sempre como a de um esposo e de uma esposa. É uma proximidade constante. Israel, apesar do profeta Isaías ser o amigo de Deus, que traduziu para o povo as palavras de Deus, disse claramente: "Deus cuidou da vinha. Deus a amparou. Deus cultivou as melhores mudas, das melhores plantas. Deus fez de tudo para que a vinha produzisse. Deus também fez de tudo para que o seu povo produzisse frutos. Quais frutos? A justiça e o direito!" Resumiu o profeta Isaías. Mas não foi só isso que a vinha produziu. Produziu também uvas amargas. Não foram os frutos esperados, mas os frutos contrários, daqueles que eram esperados. O que Deus fez com a vinha que não produziu os frutos esperados? Deixou que os animais a destruíssem. Que os inimigos a invadissem. Que fosse devastada, derrubada e pisoteada. Os espinhos e as sarças tomariam conta dela. Não deixarei as nuvens derramarem a chuva sobre ela. Isso são consequências de quando não aceitamos o projeto de Deus. As consequências não são um castigo de Deus contra nós. Pelo contrário, as consequências são os preços que pagamos pelos nossos próprios erros, por nossas opções erradas. Nada do que nós fazemos será em vão. Tudo se volta contra nós, isto acontece quando não sabemos escolher o caminho da justiça e do direito. O aumento da temperatura dos últimos dias com o calor que estamos sofrendo não é em vão. São as consequências do que nós estamos fazendo com o meio ambiente. Ou nós achamos que maltratando a natureza, nada acontecerá com a gente?! O Papa Francisco disse no início da pandemia do Covid-19: não vamos ficar no meio do mundo que nos tornamos doentes sem sermos afetados. O mal que fazemos à Terra se voltará contra nós. Deus nos propõe um projeto, um caminho; Ele respeita nossa liberdade. Deus não impõe, não nos ameaça. Ele permite que as consequências das nossas opções se voltem contra nós. Se não produzirmos frutos de bondade, de justiça, sofreremos as consequências da iniquidade, da maldade e da violência. Não adianta pedir a Deus um milagre! Deus respeita nossa liberdade. Se quisermos nos matar? Esta opção é livre! É por isto que o profeta Isaías contou a história da vinha, que o evangelista Mateus nos recorda de uma maneira particular. Aliás, essa parábola é apresentada pelos três evangelistas. O evangelista Mateus dá um toque especial em sua narrativa. Ele quer provocar em nós o julgamento dos vinhateiros, isto porque Jesus conta a parábola e deixa aos ouvintes o julgamento dos vinhateiros. O proprietário confia sua vinha a nós. Ou seja: Deus confia seu reino a nós e depois volta para colher seus frutos. Mas o que fizeram os vinhateiros? Agarraram os empregados. Espancaram um a um. Mataram outros. A outros apedrejaram. No antigo testamento, quem falava e também hoje quem fala em nome de Deus, são os profetas. Deus sempre enviou os profetas para trazer o povo de volta. Sempre quando o povo tomava o caminho errado. O que o povo fez com os profetas: o mesmo que se faz hoje, quando alguém nos diz o que não nos agrada. Quando nos mostram os nossos erros. Quando nos fazem ver os males aos quais nos padecemos. Tudo isto são consequências das nossas próprias opções, o que não gostamos de reconhecer. Assim o povo também maltratou os profetas: perseguiu, matou e fez calar os profetas que eram os porta-vozes de Deus. Por fim pensou o dono da vinha: vou mandar meu filho, o herdeiro, certamente vão respeitar. Deus mandou Jesus, o próprio filho. Qual foi a sorte de Jesus? A mesma dos profetas: foi morto e crucificado. O evangelista deixa a resposta para os ouvintes: o que o dono da vinha vai fazer conosco que recebemos o reino como presente, se nós não dermos conta de produzir os frutos da justiça e do direito. O Estado do Rio de Janeiro é o pior estado em corrupção com o dinheiro da saúde. Quem sofre as consequências? Somos nós! - destacou padre Ozanan.

 

No fim da Missa, padre Ozanan deu a bênção final.

 

Vagner Mattos