A Missa de sábado, liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum, não presencial, na Matriz de São Sebastião, em 22 de agosto, foi presidida pelo padre Ozanan Carrara. A Pastoral do Dízimo Paroquial celebrou em ação de graças pelos 57 anos de fundação.
- A liturgia de hoje nos convida a refletirmos sobre a identidade de Jesus: quem é Jesus para nós? A primeira leitura fala do profeta Isaías, cuja autoridade do administrador do palácio real, Sobna, é questionada. O profeta promete colocar em seu lugar Eliacim que será fiel ao exercício da autoridade. Porque Sobna não foi fiel? Consta que ele teria usado sua posição social para construir um túmulo rico para si mesmo. Por este gesto ele foi destituído do cargo. Na bíblia, a autoridade é serviço. Ninguém pode usá-la em benefício próprio para aumentar seu poder, preservar seu nome, tirar privilégios, benefícios ou para a glória de seu próprio nome. Sobna foi destituído por isso. O profeta promete que Eliacim será uma autoridade diferente, porque será a serviço dos outros, na fidelidade a Deus que é a fonte de toda a autoridade. É nessa linha que entendemos a pergunta de Jesus aos discípulos no Evangelho de hoje, isto porque havia todo tipo de expectativa em torno do messias: os fariseus; escribas; os diferentes grupos que compunham a sociedade no tempo de Jesus tinham visões diferenciadas do messias. Muitas destas visões aguardavam um messias poderoso, nacionalista, glorioso e que resolvesse todos os problemas do país e se implantasse também com o poder. Quando Jesus aparece, não corresponde com estas expectativas. Jesus não se apresentou com este tipo de poder, mas entra em Jerusalém em um jumentinho que é o símbolo do serviço. Jesus se apresenta como o servo sofredor de Isaías. Esta imagem não era aquela que estava na cabeça dos grupos que compunham a sociedade no tempo de Jesus. Por isso Jesus perguntou aos discípulos: quem eu sou para vocês? Alguns o relacionaram com os profetas: João Batista; Jeremias e Elias, o que certamente foi um elogio a Jesus por ser comparado aos grandes profetas que o povo tinha na memória como pessoas fiéis, inteiramente entregue ao projeto de Deus. Pedro que tem todo um lugar especial no Evangelho de Mateus teve a intuição correta a respeito de quem é Jesus: o messias, o filho do Deus vivo, embora sabemos que Pedro compreende que Jesus é o enviado de Deus, mas Pedro é aquele que vai rejeitar que o plano de Deus se realize através da cruz, do serviço e da humilhação. No entanto, no Evangelho de hoje, Jesus promete a Pedro construir sua Igreja. É Pedro que tem o poder de abrir ou fechar, aquele que tem a chave e que liga ou desliga na terra, e será também ligado ou desligado no céu. O que significa que são aqueles que têm a autoridade na Igreja: Papa, bispos, padres e leigos são chamados a discernir o que leva ao projeto do Reino de Deus e o que distancia dele. O que precisamos ligar ou desligar? Isso só é possível na fidelidade, na proximidade, na comunhão com a pessoa e com o projeto de Jesus. Fiéis a ele saberemos discernir quais os caminhos e opções que podem nos levar ao projeto do reino, e o que é que pode nos distanciar dele. Como em todas as épocas, hoje, muitas pessoas tem uma percepção errada do cristianismo e da mensagem de Jesus: confundem com a violência e ódio em um tipo de cristianismo que não é aquele de Jesus. Jesus é o messias. Autoridade e serviço incondicional de amor - destacou padre Ozanan.
No fim da Missa foi lida a Mensagem da Pastoral do Dízimo e padre Ozanan deu a bênção final.
Vagner Mattos
