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Última Missa do 27º Domingo do Tempo Comum, na Matriz de São Sebastião: “Arrendou a vinha a outros vinhateiros”

A última Missa do 27º Domingo do Tempo Comum, na Matriz de São Sebastião, em 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis, foi presidida pelo padre Ozanan Carrara (SVD). A animação litúrgica foi dos agentes da Pastoral Familiar Paroquial. Na meditação ao Evangelho, o padre explicou o sentido teológico da Parábola da Vinha e dos Vinhateiros.

 

- A liturgia de hoje conta duas histórias paralelas: elas falam do reino com a imagem da vinha. A vinha, que na bíblia significa "o povo de Israel." Na primeira leitura, o profeta Isaías, o amigo de Deus, fala em nome de Deus. Ele toma as dores de Deus e reclama de toda a atenção que Deus havia dado a seu povo. Deus plantou a vinha, regou-a, limpou-a. Escolheu as videiras melhores e construiu uma torre, na esperança de que a vinha desse bons frutos. Essa é a base da aliança de Israel com Deus. Deus prometeu que sempre seria fiel com seu povo e não os abandonaria. Mas apesar de tantos cuidados de Deus com a vinha, o que aconteceu? A vinha deu frutos amargos, uvas selvagens. Ou seja, os frutos esperados não vieram. O que Deus resolver fazer, o dono da vinha? Entrega a vinha à própria sorte! Desmanchou a cerca. Deixou que ela fosse devastada. Derrubou o muro. Deixou que ela fosse pisoteada, que os espinhos, as ervas daninhas, as sarças, tomassem conta dela e não chovesse sobre ela. Aparentemente parece que é castigo de Deus. Sabemos que Deus não nos castiga. O que nos castiga? São as consequências de nossas próprias opções. Nós somos à vinha de Deus, hoje. O profeta Isaías disse que o dono da vinha daria, a sua vinha a outros, porque aqueles a quem Deus havia confiado, não produziram os frutos da justiça e do direito. A mesma história, nós vemos no Evangelho de Mateus, de novo, a imagem da vinha. Deus sempre cuidou da vinha, mandando profetas. Deus, no antigo testamento se serviu dos profetas. Eles eram pessoas que conheciam com profundidade o projeto de Deus. Eles se misturavam no meio do povo, quando o povo não enxergava, aquilo que estavam fazendo, esquecendo e se afastando do projeto da aliança, da justiça e do direito. Mas como o povo tratou os profetas? Nenhum profeta foi premiado ou condecorado. Os profetas eram caluniados, perseguidos, mortos, muitos tiveram que fugir. Isso fazemos também hoje, quando as pessoas nos dizem alguma verdade, principalmente daquilo que não queremos ouvir. Nós também caluniamos os profetas de hoje: perseguimos e chamamos de comunistas. Promovemos campanhas de difamação nas redes sociais. A mesma coisa do tempo antigo. A história não mudou. O evangelista Mateus nos conta a parábola dos vinhateiros e nos devolve a pergunta ao ouvinte: o que é que o proprietário vai fazer com esses vinhateiros? Mateus dirige sua mensagem aos líderes do povo, os mestres da lei que deveriam guiar o povo na realização do projeto de Deus. Depois de mandar tantos profetas, Deus enviou o próprio filho Jesus. Ele teve uma sorte melhor do que a dos profetas? Jesus morreu perseguido e caluniado! Mateus devolve a pergunta: o que o dono da vinha vai fazer agora com os vinhateiros? Os vinhateiros eram aqueles que deveriam cuidar do povo e produzir frutos da justiça e do direito. São eles que não produziram os frutos esperados. Mateus recorda a figura de Jesus como a pedra angular, também rejeitada pelos construtores. Jesus tem palavras duras no Evangelho de Mateus: por isso o Reino de Deus lhe será tirado e será entregue a outro povo. Nós hoje conhecemos a proposta do Reino? Conhecemos a proposta de Jesus? Estamos produzindo os frutos esperados? Será que não estamos traindo o projeto de Jesus? Será que não estamos trocando os projetos? O que vai acontecer com a gente? Se não produzirmos os frutos esperados, teremos o mesmo fim daqueles que não produziram nada. Não adianta falar em nome de Deus. Quem fala em nome de Deus hoje? São aqueles que mais o traem - ressaltou padre Ozanan.

 

No fim da Missa, padre Ozanan deu a bênção aos profissionais da saúde, momento da programação da Semana Nacional da Vida, da Pastoral Familiar.

 

Vagner Mattos